Reginaldo da Silva Ferreira é um dos organizadores dos eventos ligados à equinocultura no Camaru; atividade representa o sétimo PIB do agronegócio brasileiro

A indústria da equinocultura cresceu quase 12% ao ano nos últimos 10 anos e chegou a movimentar R$ 16 bilhões em 2016, ocupando a 7ª posição no ranking do PIB do agronegócio brasileiro. Em Minas Gerais concentra-se o maior rebanho de equinos do Brasil com mais de 780 mil cabeças. Seja para trabalho, esporte ou lazer, a atividade gera cerca de 600 mil empregos diretos e aproximadamente 3 milhões de empregos indiretos em áreas como veterinária, nutrição, selaria, moda, casqueamento, ferrageamento, transportes, mídia e serviços militares.

Na programação da 54ª edição da exposição agropecuária de Uberlândia, o Camaru 2017, houve seis atividades ligadas ao cavalo. Entre elas destacaram-se cavalgada, exposição, Prova de Três Tambores, leilão e curso de Três Tambores. Mesmo no projeto sócio educativo Fazenda Escola, iniciativa do Sindicato Rural de Uberlândia conhecida como a Fazendinha Camaru, foram expostos alguns exemplares de pôneis, versões miniaturizadas do animal que encanta a tanta gente.

Cavalgada Camaru teve sua 17ª edição com participação de 4 mil cavaleiros

O evento que anuncia oficialmente a chegada da festa agropecuária da cidade, também está relacionado ao mundo do cavalo. A Cavalgada Camaru, que teve sua 17ª edição, aconteceu dia 27 de agosto estabelecendo novo recorde de público. Estima-se que desta vez mais de 4 mil pessoas a cavalo tenham participado do passeio. Em razão da cavalgada, todos os anos nesta época, o mercado regional ligado ao cavalo apresenta aquecimento significativo. Fornecedores de selaria, moda, transportes e até locação de animais alcançam seu limite de oferta. A iniciativa é organizada por diretores do Sindicato Rural de Uberlândia com apoio Associação de Cavaleiros do Camaru (ACC), Prefeitura Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, entre outros.

Para o especialista em ferrageamento e casqueamento, Reginaldo Ferreira, prática de equitação pode ser usada como ferramenta relaxante de combate ao stress

Na opinião de um dos coordenadores das atividades com equinos no Camaru, Reginaldo da Silva Ferreira, o cavalo, além de ser um ótimo negócio por gerar empregos e renda, pode ser usado como uma ferramenta relaxante para qualquer tipo de pessoa, sejam empresários ou trabalhadores rurais. “Além de ser uma atividade que movimenta o mercado, o cavalo serve para combater o stress e ainda agrega as famílias. Ele tem o poder de unir as pessoas”, disse. Ferreira é especializado em casqueamento e ferrageamento de equinos, atividade responsável por dar equilíbrio ao animal e favorecer seu desempenho no esporte, no serviço e no lazer, mas, segundo ele, tudo que envolve o cavalo o atrai. “É como o velho ditado: ‘escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida’. Tudo que tem cavalo eu gosto de estar no meio. Eu faço o que gosto e faço com amor. Isso é o melhor de tudo”, completou.

Fatiana Ferreira veio para o Camaru passar experiencias para atletas de Três Tambores. José Carlos Mendes ao fundo explica técnicas da prova para os alunos

Sempre que o Sindicato Rural toma iniciativas de promover eventos ligados à equinocultura, Reginaldo Ferreira está envolvido. “Sou o primeiro a pegar, gosto demais de cavalos. Falou que é animal é comigo mesmo”, disse. Ferreira participou também da organização de outros três eventos ligados aos equinos no Camaru. O 13º Leilão Cavalos do Brasil, que no dia 3 de setembro comercializou cerca de 30 animais; a 3ª Prova da Independência de Três Tambores, realizada dia 7 de setembro e o curso de Três Tambores ministrado durante a feira por campeões do ranking nacional. Os instrutores do curso foram a competidora Fatiana Ferreira e seu técnico José Carlos Mendes, ambos campeões da Associação Nacional de Três Tambores.

Final da Prova da Independência de Três Tambores reuniu milhares de torcedores na arena de rodeio Camaru

Eventos ligados ao cavalo atraem para o parque de exposições visitantes de outros estados na época do Camaru. Na 18ª Exposição do Mangalarga Marchador de Uberlândia, 156 animais de criatórios de estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás foram julgados. A raça Mangalarga Marchador tem como característica reunir famílias em torno dos eventos que realiza por todo o país. Rose Pessanha, criadora de Uberlândia que participou da exposição com um animal na categoria castrado, conta que criadores dessa raça acabam virando amigos. “Normalmente criadores quando veem em exposições trazem as famílias. Este é um momento de integração da família Mangalarga Marchador”, disse.

Exposição do cavalo Mangalarga Marchador reuniu famílias de vários estados no Camaru

 

O mercado de equinos está à frente de muitas indústrias fortes no país. Ainda segundo dados do IBGE | ESALQ – Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (USP)|Departamento de Economia Aplicada (CEPEA), mesma fonte das informações citadas no início da matéria, a indústria do cavalo é maior na geração de recursos quando comparada ao mercado de suínos, do feijão, do trigo, da laranja, do algodão e dos ovos. Portanto, longe de ser apenas um passatempo, a equinocultura é responsável pela formação de uma cadeia de negócios que começa na fazenda e alcança números expressivos com reflexos importantes em outras atividades econômicas.

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