Evento que anuncia a exposição agropecuária resgatará tradição das comitivas de peões de boiadeiro
A 17ª edição da Cavalgada Camaru, evento que anuncia oficialmente a chegada da Exposição Agropecuária de Uberlândia, este ano acontecerá no dia 27 de agosto, a partir das 11 horas, com saída de cavaleiros da Avenida Rondon Pacheco, ao lado do estádio Airton Borges. Na chegada ao parque Camaru as comitivas farão a Queima do Alho, comida típica dos peões de boiadeiro, feita em fogões à lenha improvisados no chão, com arroz, feijão tropeiro, carne de sol e paçoca de carne socada em pilão. O evento é gratuito e aberto para participantes que se apresentam no local, devidamente equipados e com animais em boas condições de saúde. Não há necessidade de inscrição prévia. Várias comitivas da região já confirmaram presença no evento deste ano. A expectativa é receber mais de 4 mil pessoas que seguirão pelas vias do centro da cidade até chegar às dependências do parque de exposições Camaru.
A Cavalgada Camaru começou em 2001 como uma brincadeira entre amigos que fizeram a cavalo o trajeto entre a Praça Sérgio Pacheco e o parque Camaru no final de semana que antecedeu a exposição agropecuária. A partir de então, o evento aconteceu todos os anos e, ao longo do tempo, o volume de participantes aumentou tanto que forçou a organização a transferir o ponto de concentração para um terreno mais amplo. O trajeto também foi alterado para que o grupo pudesse passar pelas principais avenidas da cidade como a Floriano Peixoto, Afonso Pena, Cesário Alvim e João Naves de Ávila. Em suas três últimas edições a Cavalgada Camaru reuniu mais de 3,5 mil participantes, entre cavaleiros e amazonas que se apresentam individualmente e comitivas de cidades do Triângulo Mineiro.
Queima do Alho
A Queima do Alho é uma festividade típica de alguns estados do interior do Sudeste e Centro-oeste do Brasil. A história deste ritual data dos tempos em que os tropeiros viajavam para vender seus bois. Os grupos eram compostos por um cozinheiro, um ajudante de cozinha e peões. Como as viagens eram longas, duravam entre três e quatro meses, os cozinheiros tinham a preocupação de trazer no lombo dos animais, alimentos não perecíveis, conservados no sal grosso. Barretos era o ponto final desta longa jornada, por ser um grande mercado de compra de bois. Sempre havia a pergunta de quem iria queimar o alho. Aquele que se dispunha durante a cavalgada ir à frente, já começava a descascar o alho e colocar na conserva de gordura animal para que, quando chegasse próximo ao horário de almoço ou jantar, já estivesse tudo preparado.
Equinocultura
A indústria do cavalo cresceu quase 12% ao ano nos últimos 10 anos. O setor movimenta empresas de medicamentos veterinários, nutrição animal, acessórios, equipamentos, moda, transportes, além de mão de obra especializada. Em 2006 eram R$7,5 bilhões de faturamento bruto anual e em 2015 atingiu R$16 bilhões de reais, gerando um total de 600 mil empregos diretos e aproximadamente 3 milhões de empregos indiretos. Segundo o Ministério da Agricultura a tropa brasileira tem a seguinte composição em número de animais registrados por raça: Mangalarga Marchador com 664 mil, Nordestino com 500 mil, Quarto de Milha com 347 mil, Crioulo com 322 mil, Mangalarga 100 mil, Campolina com 55 mil e Árabe com 38 mil. As outras raças possuem um volume de tropa menor. Os números internacionais, que também englobam o Brasil, são de responsabilidade da FAO – Federação Internacional da Agricultura. Segundo as estatísticas da FAO (2011) o rebanho mundial de equinos seria de aproximadamente 59.043.839 cabeças, na qual aproximadamente 5,5 milhões pertencem ao Brasil. Os estados que mais possuem equinos são respectivamente: Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo e Mato Grosso.